quarta-feira, junho 15, 2016

Olhando pelo retrovisor sem usar a borracha para apagar o passado

Para alguns políticos não devemos olhar pelo retrovisor e outros dizem usar a borracha para apagar intrigas do passado.

Em 2005, janeiro especificamente, eu acabara de sair de uma ressaca tamanha. Havia votado em Lula Sampaio, isso contando os mais de 12 anos em que eu militava numa campanha de um “Exército Amarelo” (que agora boa parte dos seus soldados está defendendo um “Exército Azul” e não tenho nada contra) e ele mais uma vez perdera uma eleição e fui alvo das mais terríveis retaliações por parte daqueles que comandavam Araripina, e que tinham sido adversários de Sampaio e vitoriosos nas eleições do ano anterior.

Os impropérios que eram direcionados àqueles que eram identificados como possíveis eleitores do “bota furada”, do “rei do gado”, eram ataques que hoje podiam ser classificados como assédio moral. Como nessa cidade justiça para quem está no poder nunca funcionou e nem funciona, boa parte daqueles que hoje compartilham o mesmo palanque com Sampaio, eram os senhores que humilhavam os “amarelos”, alcunha pejorativa que classificava de forma afrontosa aos adeptos do exército de Lula.

Quinto mês seguido daquele ano fiquei em uma espécie de geladeira e sendo humilhado das formas mais desumanas que somente num democracia fragilizada e com os políticos que temos, isso acontece e tem sido coisa normal nas gestões administrativas das instituições públicas. No sexto mês, uma certa expressão política feminina dirigindo-se a mim de forma educada mas astuta, comunicou-me que eu seria removido daquele local de onde eu estava exercendo minhas atividades profissionais (irônico, porque eles não me deixavam fazer nada, ficava zanzando como uma pessoa ociosa) para uma localidade bem distante de onde eu morava. Lá, fui obrigado a trabalhar com o filho da “referida figura política” que inclusive, caracterizava o senhor Sampaio dos piores sinônimos pejorativos, insultuosos e impublicáveis.

Por enquanto estou apenas olhando no retrovisor para narrar os fatos. Ele virou uma arma para os que lembram de tempos difíceis e um consolo para os que fazem alianças com os seus antigos inimigos políticos.

Pois bem,

Em 2001, o mesmo filme acontecera quando o prefeito Bringel iria assumir no ano seguinte o seu segundo mandato (se errei datas, me corrijam) e novamente eu seria punido agora por ser eleitor amarelo e por também votar em outro desafeto político do “caceteiro” – Raimundo Pimentel. Era um inferno a minha vida e não quero aqui me alongar mais nesses fatos, porque tudo que eu vivi, desde as perseguições até as privações em não poder realizar o meu trabalho de forma a contribuir para o desenvolvimento de minha terra, hoje os políticos aliados me fizeram acreditar que apenas um RETROVISOR e uma BORRACHA corrigem os erros,  que nem um eleitor deve se comportar como modelo de ventríloquo nas mãos deles, e criar aquela guerra de militância partidarizada, porque o que fizemos no passado – ainda olhando pelo retrovisor – eles (os políticos) desfazem no presente como forma e arte de se fazer política, e que somos apenas as armas que eles utilizam para chegar ao poder como as alianças que são postas na balança dos negócios.

Pensem!!!

Os meus artigos para alguns são textos “desesperançosos” ao invés de realistas, a minha intenção e a minha forma de pensar para outros é de um cidadão de pensamento radical, que apenas acredita que o ritual de um gestor é gastar os recursos que entram na prefeitura de forma racionalizada e direcionada para atender os interesses comuns e não para saciar a sede de uma parcela ínfima da população.

Isso é ser desesperançoso?

Isso é ser radical?

Mesmo assim, com o sentimento de quem deseja o melhor para nossa terra, de quem olha com uma visão ampla do que já aconteceu com o nosso município, que não andou como deveria, que não cresceu porque foi impedindo e emperrado nas gestões que não fomentaram o nosso desenvolvimento, que não avançou em áreas substanciais como saúde, educação, saneamento básico, enfim, fico na torcida para ainda acreditar (mesmo sendo pessimista com relação aos nomes apresentados) que quem for escolhido nas eleições deste ano, terá um desafio enorme de mudar o que há anos precisa de um empurrão para elevar ao topo mais alto o nome de Araripina.

Que as alianças feitas sem olhar mais para o retrovisor sirvam para melhorar a autoestima do araripinense e, que, a borracha utilizada para apagar intrigas do passado, seja uma ponte que vai ligar os interesses coletivos com a vontade de fazer mais e melhor pelo nosso povo.

Com a palavra você, e(leitor).


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